A velha se foi

Reflexão sobre o conto “A Velha se Foi”

O conto apresenta uma narrativa rica em camadas emocionais e sociais, onde questões como amor, tradição, conflitos familiares e suspeitas permeiam o enredo. A história explora o choque de gerações e a tensão entre o passado arraigado nos valores do interior e a modernidade representada pelos jovens.

A relação entre o jovem casal é intensamente marcada pelo amor, mas também pela fragilidade diante de pressões externas. A avó, símbolo de autoridade e tradição, representa a resistência a mudanças e a dificuldade de aceitar o “novo”. Sua desconfiança em relação ao namorado da neta traduz um medo de perda, não apenas material, mas também emocional e cultural. Este medo é exacerbado pelo estigma de “hippie fora do tempo”, evidenciando preconceitos e julgamentos baseados em aparências.

O desenlace trágico da história — com a morte da avó e as suspeitas lançadas sobre todos os envolvidos — transforma o conto em um mistério que convida o leitor a refletir sobre as consequências do preconceito e da falta de diálogo. A velha se foi fisicamente, mas sua presença e influência permanecem vivas, acentuando a complexidade dos laços familiares e as marcas deixadas por gerações anteriores.

Por fim, o conto nos instiga a questionar: o amor pode sobreviver a tais provações? O legado emocional e material das gerações passadas deve ser um fardo ou uma base para o futuro? E, talvez mais importante, o que estamos dispostos a perder ou preservar para sustentar nossas conexões mais profundas?

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Por Edson Brasil de Castro

Edson Brasil de Castro Sou Edson Brasil: poeta, escritor e compositor. Escrevo desde a infância, com livros publicados e participação em antologias poéticas. Meu trabalho já alcançou o Liceu de Bucareste, na Romênia, e em breve terei um livro infantil lançado em Bolonha. Minhas letras também vivem em músicas gravadas no Brasil e no exterior. Com palavras e melodias, espalho meus pensamentos pelo mundo.